In China

Declaradamente determinadas a contrapor os clássicos estilos de catedrais católicas, os templos protestantes espalhados pelo mundo são um exemplo de releitura do espaço sagrado, com forte influência da arquitetura contemporânea. É importamte ressaltar que pelo menos a maioria das milhares de denominações protestantes não possuem uma tradição litúrgica, o que não torna reprovável a maioria dos projetos de seus templos. Os espaços celebrativos possuem uma outra conotação, focada na pregação do Evangelho, o que justifica a ausência de determinados elementos clássicos, como vitrais, altares, tronos, etc.

Os espaços católicos são essencialmente espaços para sacrifício, pois a celebração eucartística tem como principal característica a atualização do sacrifício feito por Jesus no calvário, porém sendo realizado de forma incruenta (sem sangue), utilizando-se do pão e do vinho. Tanto que o padre é um sacerdote (do latim Sacerdos, otis), que significa "aquele que presta sacrifício / aquele que sacrifica". Também os séculos de tradição litúrgica pesam nos espaços católicos, o que justifica muitas críticas feitas a arquitetura sacra na atualidade, por esta muitas vezes economizar elementos que são tidos como essenciais da tradição do catolicismo.

Sendo assim, quando trata-se de uma igreja protestante, costumo tomar uma postura bastante imparcial ao opnar quanto aos projetos. Acredito que, como o protestantismo não guarda para si elementos de tradição litúrgica, são muito válidos os projetos que vemos hoje, voltados para as pessoas em si.

Um exemplo é este templo na China (foto acima), o maior do país, projetado pela GMP. Linhas veriticais repetidas que conduzem ao céu, num espaço claro e aberto, que reflete a abertura da comunidade aos seus fiéis. Em outras palavras: LINDO!
(interior do templo)

Paz!