Canção Nova - Marca!

Esta é a primeira parte do TCC do amigo Marcos Jolbert (vulgo Marquinhos), designer e músico, membro da comunidade católica Canção Nova, que é atualmente um dos maiores meios de comunicação católicos do Brasil e reconhecida pela Santa Sé como um instrumento de evangelização para toda Igreja. Chamo-o de amigo, pois Marcos é um dos tantos companheiros de encontros de design que existem pelo Brasil e, assim como eu, um cristão que ama design! :D

MARCA - TCC parte 01

1.1 – Marca

O primeiro conceito alvo do presente trabalho monográfico é o termo marca, que Ogilvy trata em linhas gerais, como:

Marca é a soma intangível dos atributos de um produto; seu nome, embalagem e preço, sua historia, reputação e a maneira como ele é promovido. A marca é também definida pelas impressões dos consumidores sobre as pessoas que a usam; assim como pela sua própria experiência pessoal. (STRUNCK, 2007, p. 19 apud Ogilvy)

A marca Canção Nova possui esta força, no meio católico, no meio protestante e no meio secular. Depois da explosão de sua emissora de televisão, com transmissões em canal aberto, a marca Canção Nova começa sua expansão (vide figura 01). Seu público a identifica, pois experimentaram, tiveram uma verdadeira experiência com Deus, sendo assim, a marca começa a criar sua reputação e automaticamente acaba sendo promovida.


Figura 01. Marca Canção Nova

Hoje, a marca Canção Nova é conhecida pela televisão como “a televisão da pombinha”, pomba que está inserida na marca, é a representação do Espírito Santo, que anima a Igreja e a Canção Nova. Veremos isso durante o projeto. A semântica da marca Canção Nova.

A palavra marca é comumente empregada como alusão a uma empresa ou instituição através de um nome, figura ou conceito que identificam um produto ou serviço ou a própria empresa.

Conforme STRUNCK (1989, p.16) os elementos que compõem basicamente a identidade visual são: símbolos, logotipos, cor, tipografia. Afirma também que, estes elementos são chamados institucionais.

A utilização de um conjunto de normas e especificações dará origem a uma identidade visual (vide figura 2).

Figura 02. Tabela representativa sobre símbolos e logotipos.

Por isso, quando alguém se refere à marca, a maior parte do tempo, se indica uma reprodução gráfica ligada ao mundo do designer, onde a marca é concebida graficamente por uma confecção individual ou combinada de símbolo / ou logotipo.

Logotipo é a particularização da escrita de um nome. Sempre que vemos um nome representado por um mesmo tipo de letra (especialmente criado, ou não), isso é um logotipo. Um logotipo sempre tem letras. [...] Símbolo é um sinal gráfico que, com uso, passa a identificar um nome, idéia, produto ou serviço. Podemos classificá-los em dois grandes grupos. Os abstratos e os figurativos. (STRUNCK, 1989, p. 17)

Desta forma uma marca nada mais é do que um micro-universo que pode ser representado tanto visualmente (símbolo gráfico ou logotipo) como através do paladar, do som e pelo tato.

A cor em uma marca não se aplica a beleza ou estética, mas, uma comunicação, algo que represente esta marca.

A cor na criação de uma marca não diz respeito à beleza ou à estética propriamente dita. Na realidade, ela se refere à transmissão de informação importante para os consumidores (que por sua vez podem referir-se a ela como bonita e agradável) [...] Cores escolhidas adequadamente definem o logotipo, os produtos, o arranjo das vitrines etc. (GOBÉ, 2002, p. 126)

As cores institucionais da Canção Nova são o azul e o branco (vide figura 01). Segundo seu fundador Monsenhor Jonas Abib, estas cores têm intenção direta, remetem a Virgem Maria e a paz, diz em sua entrevista transcrita no terceiro capítulo.

A tipografia é uma forma indissociável, de um meio de comunicação e de expressão. WHEELER (2008, p. 122) afirma que: “A tipografia é parte essencial em um programa de identidade eficaz”. O mesmo autor também faz menção às marcas da Apple, Mercedes-Benz e Citi (vide figura 03): “são imediatamente reconhecidas devido, em grande parte, ao seu estilo tipográfico distinto e consistente que é usado com inteligência e propósito em milhares de aplicações”.

Figura 03. Marcas da Apple, Mercedes-Benz e Citi.

A tipografia não é apenas a transposição fria de uma informação, mas um meio de expressão. Tipografia não é só o desenho da forma das letras, mas também da sua organização no espaço. (PERROTTA, 2005, p. 19)

A marca Canção Nova em sua concepção apresentava tipologia da família Futura (vide figura 04). No transcorrer dos anos a marca sofreu algumas modificações (vide figura 05), mas a tipografia se manteve. A partir de estudos realizados pela agência de publicidade da Canção Nova em 2007, sobre a dimensão e espessura da tipologia, observou-se que a família tipográfica Humanist era mais adequada para a harmonia da marca, segundo Augusto Beraldo, responsável pelo setor (vide figura 06).

Figura 04. Marca Canção Nova com a família tipográfica Futura.

Figura 05. Marca Canção Nova com modificações, mas com a família tipográfica Futura.

Figura 06. Marca Canção Nova com a família tipográfica Humanist.

Na marca da Canção Nova há união de três símbolos, como será demonstrado no terceiro capítulo. Símbolos que formam e mostram a missão deste movimento. Cada pessoa tem sua experiência pessoal com a Canção Nova.

O conjunto de discursos relativos a ela pela totalidade de sujeitos (individuais ou coletivos), envolvidos em sua construção. Uma marca só faz sentido se ela faz parte do repertório do fruidor – ela possui um significado único para cada pessoa, apesar de ser visualmente igual para todos. (SEMPRINI, 2006, p. 104)

Diante disso, é evidente que o conceito marca possui um sentido que vai além da representação gráfica, porque é repleto de sentidos e sensações, tendo em vista que também visa promover algo especial e único, frente aos disponíveis pelos concorrentes. Por isso, busca-se agregar à marca uma originalidade ou uma representação mental, pois se objetiva sempre ligar a imagem à qualidade, revelando que o conceito possui um aspecto intangível forte.

As pessoas se apaixonam pelas marcas, confiam nelas, são fiéis a elas, compram e acreditam na sua superioridade. A marca é como a escrita manual. Ela representa alguma coisa. (WHEELER, 2008, p. 12)

Na Canção Nova esta marca é impactante. Pode-se ver, em seus clientes, benfeitores, na Igreja Católica do Brasil e nas representatividades internacionais.

Bem, por enquanto é só. Logo estarei postando a continuação! Paz e Bem a todos! :)