I Jornada de História e História da Arte Sacra


Nos dias 14 e 15 de julho próximo irá se realizar a 1ª Jornada de História e História da Arte Sacra da Faculdade de São Bento do Rio de Janeiro. No primeiro dia, quinta-feira, serão apresentadas pesquisas desenvolvidas no Grupo de Estudos Tardo-Antigo e Medievais (GETAM), de formação livre, a partir dos contatos com os alunos oriundos da Pós-graduação em História Antiga e Medieval. No segundo dia, as comunicações estarão a cargo dos alunos da Pós-graduação em História da Arte Sacra.

Organizado de maneira voluntária e contando com comunicações do corpo discente, espera-se que o evento seja uma boa oportunidade para divulgar os trabalhos monográficos e as pesquisas subsequentes nessas Especializações oferecidas pela FSB-RJ, um espaço de debate acadêmico de alto nível e uma sementeira de novas investigações nos campos da História Antiga e Medieval e da História da Arte Sacra.

Todos os eventuais interessados, são bem vindos! A inscrição para os ouvintes é gratuita e deve ser feita nos próprios dias e local do evento; serão emitidos certificados de participação aos que assim desejarem. Mais informações sobre o evento podem ser encontradas no jhistoriaehistoriaartefsbrj.blogspot.com.br ou solicitadas através do jornadasdehistoriafsb@gmail.com.

No dia 14, estarei ministrando a palestra "Por Antioquia, além do oriente: a retomada da catolicidade missionária da Igreja Ortodoxa Siríaca a partir da experiência das novas comunidades no ocidente", cujo resumo encontra-se abaixo:

O deslocamento forçado de famílias siro-ortodoxas para o ocidente, promovido especialmente pelo genocídio perpetrado pelo Império Turco-otomano em 1915, popularmente conhecido como Sayfo (do árabe espada), levou a Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia à elevação de Igrejas para o atendimento dessas comunidades em todo ocidente, quebrando assim um longo período de estancamento dessa Igreja quanto à sua expansão missionária. O espírito apostólico/missionário da Igreja de Antioquia, justo motivo para a outorga de seu título de Patriarcado de Antioquia e Todo Oriente, que fora atingido inicialmente pelas controvérsias do Concílio Ecumênico de Calcedônia (451), e enfraquecido subsequentemente pelo desenrolar histórico/político médio-oriental, agora encontrava um terreno fértil, embora desconhecido, para retomada da catolicidade missionária de sua expansão eclesial, haja visto que esta Igreja fechou-se em seu contexto sócio-étnico-geográfico por séculos, o que não condizia com sua própria origem apostólica, tão marcada pela pluralidade de povos que dessa Igreja receberam o Evangelho. Ainda que, por cerca de meio século, tenham se mantido reservadas às colônias de imigrantes, o não regresso destes colonos aos seus países de origem deu espaço para o contato dos ocidentais com essas Igrejas, que se viram obrigadas (mesmo a contragosto de seus patrícios e sob muitos conflitos) a reinventar-se (ou redescobrir-se) para atender a uma vida eclesial num contexto sociocultural ocidental, formando assim as comunidades missionárias da Igreja Sirian Ortodoxa no Brasil e reformando a visão das ditas comunidades de colônia quanto à própria catolicidade missionária da Igreja em todo o mundo.